Dia de Antonita
Memória da sua Beatificação em 12 de maio de 1996.
Era um dia lindo e fresco de maio. Todos acordaram ansiosos e animados para a ida à Praça São Pedro; o momento tão aguardado para a beatificação de Cândida Maria de Jesus e Antonita Bandrés. Lembro-me de quando a saudosa irmã Zelinda me comunicou da escolha do meu nome para representar a Obra Social naquele que seria o evento para contar com a presença de todas as irmãs FI, a meu ver. Teve missa de envio em que fiquei vermelho pela posição a mim imposta, sentar-me à frente, e fui eu para a Europa, juntamente com leigos de Porteirinha, Janaúba e da Bahia também, pessoas simples e ótimas de convivência que as irmãs confiaram um pouco a mim por meu pequeno conhecimento de Roma, que havia visitado em 1991. Interessante que cinco anos depois daquela viagem com o Coral Ars Nova ,os ônibus eram os mesmos e pude acompanhar meus novos amigos em algumas pequenas andanças pela cidade eterna. Antes de Roma, já havíamos percorrido cidades espanholas bascas e nelas vivenciamos muitas bênçãos; em todas elas eu cantava nas capelas e/ou igrejas , nos momentos de oração.
Mas, o dia agraciado de frescor, sol ameno e uma alegria pura no ar, foi o da celebração da Beatificação, pelo papa João Paulo II. Trata-se de uma cerimônia muito curiosa e instigante, pois os estandartes dos futuros Beatos são defraudados apenas no fim da Eucaristia, o que deixa todos aflitos e curiosos e ansiosos pela leitura dos nomes. Lembro-me com frescor de brisa, das cores, das irmãs , dos leigos, de tudo, enfim, daquela manhã gloriosa de 12 de maio de 1996.
Onde se percebe unção em um ato? Digo, no envolvimento de atmosfera que ele evoca. Onde podemos ter certeza da unção e da serena mão de Deus num momento? Afirmo, num sentimento único que consome e se dissipa, e faz todos sorrirem, como o foi naquela manhã. Vejo-o como ressonância de um verdadeiro Pentecostes, pois o Espírito Santo pairava sobre nós. Aconteceu a hierofania e eu sou testemunha. Lá, naquela praça gigante ,minha cabeça ardia: por que eu estou aqui num momento histórico tão sublime? Mas, mereço estar aqui? Realmente, senti-me pequeno demais para tal grandeza simbólica e procurei não sorrir pra nenhuma vaidade. Antonita, tão jovem, ao lado de Santa Cândida, pareceu-me apenas aceitar o título, como aceitara sem titubear a sua vocação. Santa Cândida passava-me a mesma correção de intenção, seriedade serena em favor de um projeto abençoado.
A Congregação, naquele momento, recebia de Deus sua escritura de posse- a posse do carisma de Santa Cândida. Nesse eloquente evento de fé, esperança e amor, o carisma inspirado naquele 02 de abril de 1869 e reafirmado em 08 de dezembro de 1871, se fez epifania e manifestação do sagrado, numa liturgia arejada pela praça, pelos convivas e pela ar celestial que nos envolvia.
Salve Antonita, generosa ao servir, modelo para os jovens!
Salve Santa Cândida, destemida e modelo para os jovens!
Gratidão à Congregação FI pelas inúmeras bênçãos a mim confiadas!
Antônio de Pádua Antoniol- professor na Obra Social são José Operário.
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